MODA, VARIEDADES

Entrevista: Cheila de Paula

31 de maio de 2016

É com muita alegria que inauguro uma sessão de entrevistas aqui no blog com a minha querida amiga Cheila de Paula. Ela é linda, animada, talentosa e ícone de moda em Niterói. Vem conferir um pouquinho mais sobre sua história, moda e apostas para o futuro.

Fotos por @capitaozeferino

 

 

HE: Como você começou na moda?
CP: Comecei a trabalhar com moda em 1977, um ano antes do meu filho nascer. Eu tinha mania de olhar etiquetas, então já conhecia as marcas nacionais mais interessantes e diferenciadas! Sempre gostei do diferente, não gostava de sair igual à todo mundo, era exigente com tecidos e principalmente modelagem.

Eu queria trabalhar e meu marido resolveu apostar no meu potencial e comprou a 1ª loja que demos o nome de Varal. Na época as lojas eram atapetadas e com araras inox, claro que a Varal foi diferente, era de paralelepípedo e as araras eram de cano de ferro. Tínhamos 4 lojas, 2 na Moreira César, 1 no Plaza Shopping Niterói e outra no Niterói Shopping, que foi o primeiro da cidade.

Após 15 anos de comércio, fechei as lojas e disse que queria férias, 13º e um patrão! Em seguida, fui convidada para trabalhar na Fabricatto, onde fiquei por 5 anos, mas depois pedi demissão e fui fabricar. Viajei para NY, importei os tecidos para a minha coleção e foi um sucesso! Vendi para várias marcas grandes e ainda abri uma pronta entrega em Ipanema para atender outros estados. Bombou! Em 2000, tive um câncer no seio e resolvi fechar tudo. Moda vicia, fica no sangue e é o que eu sei fazer bem. Então, resolvi voltar como Consultora de Moda e até hoje o que faço.

HE: Qual peça de moda você acha mais versátil e é imprescindível no armário?
CP: Um pretinho básico, com corte divino e de tecido tecnológico; um bom jeans, um super blazer preto, camisa branca e um scarpin, se puder ser Laboutin melhor ainda!

HE: Qual peça ninguém deveria ter?
CP: Qualquer peça 100%poliéster.

HE: Qual tendência do passado que você achou que jamais veria novamente?
CP: OMBREIRAS

HE: Como imagina o futuro da moda?
CP: Eu acredito em duas vertentes: a estética do conforto e reciclagem, e a futurista. Essa última, acredito que com a descoberta de novas tecnologias, a moda terá uma roupa inteligente! Já agora, essas novas tecnologias estão sendo usadas.

Um exemplo disso é a proposta que a estilista Pauline Van Dongen apresentou no SXSW, festival que acontece em Austin, com projetos vestíveis feitos com impressão 3D. Como as mangas criadas por Pauline com formas geométricas e fios de uma liga metálica (de níquel e titânio) capaz de expandir ou contrair com a temperatura. A estilista ainda propõe painéis solares nas peças, que possibilitam recarregar celulares e outros aparelhos! Já temos drone vestível, que é um colar que vira guarda-chuva em momentos de chuva.

HE: Como você gosta de se atualizar das tendências?
CP: Eu não sou muito de seguir tendência, gosto de apostar mais numa pegada autoral, mas não renego a pesquisa. É sempre útil para inspiração, claro que vamos usar a cartela de cores sugeridas, mas sempre inovando em uma ou duas cores! Utilizo também as viagens para as mecas da moda para referências, como Londres, Milão, Paris, Bélgica entre outras! Visitar museus é de extrema importância. Em Londres, sugiro o Victoria and Albert, o Tate e a Saatchi Gallery.

HE: O que recomenda para quem quer fazer carreira na moda?
CP: Primeiro precisa ter talento, ser antenado e gostar de pesquisa. Moda é um vício e, como todo vício, precisa ser alimentado. Garra, desapego e procurar sempre a perfeição nos detalhes!

 

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